No final do nosso passeio de hoje, domingo Dia dos Pais, recebi carinhosos "escreva mais" (valeu Kiko!) que juntamente com os demais elogios me fizeram voltar a realmente escrever mais sobre nossas experiências pedalísticas!
Hoje o pedal foi literalmente passeio-no-parque (pouco mais de 20 km inclusive levando a bike pra passear no Jardim da Luz também)! Volto a frisar que nossos encontros não podem contar como prática desportiva! risos... Os objetivos são outros (mesmo que não muito claros pra muita gente! ; b). Iniciamos como sempre na Frutaria Paulista (final da Paulista e da Angélica) lá pelas 10h e alguma coisa. Acredito que este ponto de encontro não possa mais ser alterado. Eu já estou condicionado e posso me perder! Como estávamos com artigos importados no grupo (seja bem vindo sempre Pedro! Werter, traga-o sempre!) descemos em direção ao centro da cidade para ilustrarmos e vivenciarmos parte da história de São Paulo.
Acho sempre engraçada essa denominação de centro para uma cidade tão grande como São Paulo. Os mais antigos ainda o chamam de "cidade". Minha avó até hoje me pergunta: "Vai pra cidade?". Assim, o centro de São Paulo, como marco inicial da cidade, já foi a peça central desta grande metrópole. A ponto de ser considerado como "cidade". Com o crescimento (ordenado e desordenado nesses mais de 400 anos) de São Paulo esse contexto mudou. O centro de São Paulo continua sendo denominado centro mas com a conotação de marco zero. Hoje, a vida nesta cidade grande gira em torno de centenas de outros centros urbanos que independem da primeira região central. Mas esta ainda guarda seu charme e elegância de tempos idos.
Volto no tempo quando percorro alguns caminhos no centro da cidade. Imagino como seria estar no auge dessas grandes e luxuosas construções, desse espaço feito para o caminhar como bem colocado pelo Carlos. Arquitetura que não se faz mais hoje em dia. Uma riqueza de detalhes e materiais que talvez não voltem mais. Os tempos mudam. Mas mesmo assim temos e sentimos o gostinho do passado. Demos algumas voltas no centro e passamos pelo Pátio do Colégio onde o Padre Manuel da Nóbrega e o noviço José de Anchieta estabeleceram um núcleo de catequização dos índios no planalto paulista. Vimos e tiramos fotos com a marquesa (!). E ainda me perguntam por que gosto e estou em São Paulo!
Sempre tive uma ligação afetiva muito grande com esta cidade. Apesar de ter nascido aqui fui criado e naturalizado catarinense (já não canto tanto... risos...). Voltei há 4 anos pra metrópole. E estou feliz nesta cidade. Feliz por respirar história no centro da cidade, por vivenciar um pouco o passado e aprender com ele, por estar com amigos que participaram e muito de tudo isso (você tem muitas intervenções no centro Carlos. Bom poder compartilhar isso com os amigos) e estar com outros que são apaixonados pelos fatos e acontecimentos da cidade (valeu Cesar!). Fora a companhia sempre bacana dos demais pedalantes que contribuem com presença, causos, histórias e amizade.
Voltei pra cá, Carlos, por me sentir em casa, por querer retornar as minhas raízes, por me sentir familiarizado com a arquitetura e os espaços através das histórias da minha família contadas em Joinville. Eu me sinto bem aqui. E as histórias que carrego dentro de mim, a vida da minha família por aqui, lembranças de outrem muito queridos pra mim, me trazem sentimentos de alegria, conforto e proteção. Sentimentos semelhantes que experimento dentro do grupo de pedal onde me sinto querido e protegido (viva o comportamento de bando!).
E nada mais inconsciente do que, no Dia dos Pais, pedalarmos pelas origens da cidade de São Paulo. Onde neste dia tão especial comemoramos parte de nossa própria origem. Voltamos a atenção para nossas raízes passeando e perambulando também pelas raízes de São Paulo. Cada qual a sua maneira e com suas próprias vivências. Alguns com muito a se comemorar nessa data e, outros com um sentimento de perda ou vazio (saudade de um pai que já se foi ou talvez de um que nunca tenha existido de verdade. Olhe pra cima! Ou pra dentro de si!).
Nossas raízes se entrelaçam e se misturam mais a cada encontro de pedal (hoje também tive seção terapia com o Cesar num papo lado a lado bem bacana. Brigado!). Bom poder criar raízes na minha terra natal com amigos tão bacanas. Bom poder compartilhar essas histórias com pessoas tão especiais.
E você talvez seja uma delas. Venha se enraizar em nossa singela e alegre floresta repleta de histórias, vidas, paixões e muitas pedaladas!
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