quinta-feira, 1 de março de 2012

Carnaval: pedal e comida baiana pelas ruas de Sampa


Contrariando todas e expectativas, no domingo de Carnaval (19/2), o grupo se reuniu para dar umas voltas pela São Paulo vazia. O percurso envolveu a Av. Paulista, Rua Vergueiro (pela motofaixa que em geral neste dia e horário costuma estar vazia), umas voltas pelo Centro Velho com direito ao badalo do sino, Minhocão e, para terminar, almoço na Rota do Acarajé.
Algumas coisas interessantes  merecem registro. Em pleno feriado prolongado, o número daqueles que  se dispuseram a pedalar surpreende. E o melhor é que vem se mantendo relativamente constante, com “viés de alta”.
Pedalar pela Av. Paulista, poderia ser algo mais fácil, mas não é. Além dos ônibus que em geral não respeitam o limite de 1,5m de distância do ciclista, o número de conversões à direita tornam o pedalar menos tranquilo do que deveria. E muitos motoristas de automóveis ainda teimam em querer tomar a frente, mesmo quando você sinaliza claramente que vai continuar adiante. Isto nos faz tomar uma decisão vista por alguns com reserva: pedalar pela calçada. Felizmente, a calçada em toda a avenida é larga e os pedestres bem menos intransigentes. Mas a atenção precisa ser redobrada: na calçada, os ciclistas assumem o papel dos carros....
Já o uso da motofaixa da Rua Vergueiro é uma prazer só. Em declive, basta sentar e apreciar a paisagem. E os poucos motociclistas que passam costumam não se importar com a presença das bikes. Ainda assim, é bom ficar atento com pedestres que não costumam prestar atenção nos ciclistas. Fora isso, é aproveitar a descida e curtir o passeio. Querendo, da para dar uma parada na Liberdade e comer alguma coisa na feirinha que bomba já na parte da manhã.
Rua Vergueiro: a motofaixa (sentido Centro) é boa opção para pedalar
As ruas do Centro Velho são tranquilas e vazias nos finais de semana. Alguns sem-teto cá e acolá. Já pedalei por ali muitas vezes e nunca tive problema com eles. Mas é sempre bom ficar atento e pedalar em grupo é sempre uma boa pedida. E o contato com a realidade - esta realidade que muitas vezes nos passa despercebido - é bem interessante.
São Paulo dos contrastes
Páteo do Colégio costuma ter mais gente – turistas em geral. Querendo, você pode tocar o sino, que fica numa das extremidades de praça. O som é muito bonito. Já a placa que fica bem ao lado da igreja e que fala da fundação da cidade de São Paulo merecia mais cuidado. Escrita em várias línguas, deveria contar com um revisor. Não falo alemão, mas sei que os substantivos são sempre escritos com letra  maiúscula e não é o que se vê lá.
Pedalar sob sol forte não é fácil e toda sombra é bem-vinda

Jorge Aun e o badalo do sino
Para quem quiser fazer uma parada – a gente quase sempre faz isso quando passa pelo centro – sugiro um café no Centro Cultural Banco do Brasil. O serviço não é dos melhores, mas a comida tem preços justos e o café é gostoso. Procure sentar em mesas que ficam sob os guarda-sóis; próximo ao horário do almoço, o sol bate forte.
É possível pedalar por quase todo o centro apenas pelos calçadões. Vou fazer um outro post indicando pontos de interesse e aproveitando para chamar a atenção para alguns lugares imperdíveis e a uma obra de arte – como tantas outras nessa cidade – que está em péssimo estado de conservação.
As ruas do Centro Velho são ótimas para se pedalar nos finais de semana

Prestem atenção nessa esquina; volto a falar dela em breve!

Rua Direita; Prefeitura e Shopping Light ao fundo

Há várias formas de se chegar ao Minhocão – a partir de Igreja da Consolação ou por meio das alças de acesso que existem ao longo dele – duas de cada lado, se não me engano. O viaduto tem um ligeiro aclive, mas da pra pedalar por toda sua extensão sem muito esforço.
No Minhocão (Elevado Costa e Silva), pedestres convivem bem e em paz com os ciclistas

Largo Padre Péricles, para fugir do sol
O passeio terminou com um almoço na Rota do Acarajé (veja aqui onde fica). O lugar não é muito barato, mas eles juram ter mais de 200 rótulos de cervejas. Recomendamos chegar cedo e sentar na parte de fora, mas embaixo do toldo – o sol, sempre ele, pode tornar seu almoço um inferno.

E mais uma enorme surpresa. Além de extremamente simpático, o garçom Rodrigo, depois de observar (e se divertir a valer) com os papos da turma – já muito relaxada por algumas cervejas - engajou uma conversa muito boa sobre Umberto Eco e os diversos livros dele.  Coisa de São Paulo.
Rodrigo, o garçom simpático e conhecedor de Umberto Eco
 
 (Fotos: Nando Rodrigues)

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