terça-feira, 5 de junho de 2012

03.06.12 - Fetiche no ar.

Esse post podia ser iniciado de diversas maneiras, sinceramente não sei por onde e como começar. Só sei que caí da bicicleta, estava em alta velocidade. Uma queda por um motivo justo (injusto para o Fabrício), fetichista, egocêntrico... não sei avaliar! Cai porque fui imprudente em descer a Avenida Sumaré em alta velocidade e não estava olhando pra frente, como deve ser feito ao menos pelas pessoas normais. 


Domingo de primavera. Dia ensolarado, café da manhã com amigos na Frutaria, presença do Kiko (que por pura frescura de Pato Molhado na Caverna não quis pedalar com a gente). Mais amigos chegando, piadas, risadas, encontros, reencontros, apresentação dos novos amigos, montaria na bike e pernas pra trabalhar – o destino era o Centro Cultural Banco do Brasil e região do centro velho de São Paulo.


Tudo perfeito, ninguém se perdeu e chegamos a mais uma parada para um farto café no sempre aconchegante Girondino. Teste de subida. Subimos a Vergueiro até a Avenida Paulista e como tudo que sobe tem que descer. Após a despedida dos bikers o Fabrício, Vanderlei e eu pedalamos em direção a Lapa, onde iríamos a um evento.


O dia continuava ensolarado. No canteiro central da Avenida Sumaré muitas pessoas fazendo seus exercícios dominicais, dentre esses muitos “garotos” corriam solitariamente com seus fones de ouvido, queimando calorias e bronzeando seus corpos torneados. Uaw!!!

Mais forte do que eu, meus fetiches pesaram sobre a bicicleta que ganhou velocidade e mais velocidade e mais velocidade. Quanto menor a quantidade de roupa dos gostosos transeuntes, maior era a quantidade de suor pelo corpo, maior era a velocidade da minha bike; mais vezes eu buzinava e mais cego pelos meus fetiches – insistia em não olhar para frente.

Não preciso aumentar a velocidade do meu texto para que imaginem o que aconteceu. Diretamente proporcional aos meus pensamentos libidinosos era a velocidade e também a distância para onde fui arremessado quando bati a roda da frente na guia. Todas aquelas imagens de homens grandes e torneados que ocupavam minha cabeça, transformaram-se em um grande vôo. Tudo que sobe tem que descer. Antes de chegar ao solo, a primeira coisa que desceu foi a primeira coisa que subiu quando vi aquela galera suada. Eh! Isso mesmo! Quem nunca levou um susto, deu aquela travadinha, como um coito interrompido e se diz “FODEU!”.

Infelizmente as leis da física são incontestáveis. Tudo que estava tão rápido e tão grande, assim continuou pela lei da inércia. Uma grande queda, grande deslizamento pelo cimento da calçada – mas eu não deslizava sozinho, minha bike sobre mim vinha junto. O que eu mais queria no início da descida era de fato algo pesado sobre mim, mas não uma bike durante o deslizar pela calçada. Grama. Finalmente meu corpo conseguiu diminuir a velocidade ao encontrar a grama. Deliciosa grama. Deliciosa porque não só a grama, mas terra e pedras fizeram parte do meu petisco, que sempre antecede o almoço de domingo.


Alguém já viu uma ervilha ralada? Meu capacete! Ufah!!! Alguma coisa em mim não ficou gravemente ralada, minha cabeça, meu rosto (não por inteiro, pois quando se come grama em alta velocidade sempre se rala o queixo).

Já de pé, com muita gente gentil parada para ajudar só ouvi o comentário “... você queria voar mesmo, bom que conseguiu. Foda foi a queda, né?!”... A primeira coisa que fiz foi devolver as pedras que estavam na minha boca, depois olhei para os lados para ver qual dos tesudos ia parar pra perguntar se eu precisava de algo, mas logo lembrei que meu namorado estava do meu lado, seria ainda mais imprudente fazer uma coisa dessas. Certamente eu poderia voar novamente num curto espaço de tempo.

Limpei o que era possível, não insisti muito porque não sabíamos o que era sangue, terra, grama, bike, roupa e tudo mais o que encontrei pelo caminho. Tive a boa sorte de estar acompanhado pelo Fabrício e o Vanderlei, esse quase vem junto comigo, porém mais escolado conseguia ficar com um olho no peixe e outro na pista.

Nem tudo acaba como planejado, cada corpo torneado que passei quando ainda estava sobre a bike, passou pelo aglomerado de pessoas que se formou em torno do da bike, nenhum deles foi capaz de parar, perguntar algo. Nada! Nenhuma manifestação. Ai que ódio do Jorge Aun, ele cai, não se machuca e ainda ganha boca a boca...


Para não ser tão injusto, um deles perguntou se eu estava pagando promessa. Não pude responder a altura. Ciente de que nenhum dos objetos de desejo estaria comigo naquele momento, comecei a sentir as dores de um dedo deslocado. Na verdade a dor de todo esse corpo redondo que insisti em fazer voar pelos devaneios eróticos numa manhã de domingo.

Que fique a lição, nunca é demais usar capacete, ter bom senso e olhar para os homens bonitos. Teste os freios e vá devagar, quem tem pressa come grama. Fetiches e desejos são sempre bons e saudáveis; pare e aprecie cada qual em seu devido lugar, tudo em cima de uma bike “não dá!”.

Recupero-me em algumas semanas e volto a pedalar, quem sabe consigo convencer meu namorado de que foi só uma distração e nada mais.

Carinhoso abraço.

8 comentários:

  1. Cesar, daqui a pouco vc está pronto para outra, tenho certeza. Homem de kilt é sexy.....

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    1. Estarei pronto para os fetiches, para queda não!....hahaha!!!

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  3. Hahahaha eu adorei o post!

    Texto super engraçado e muito gostoso de ler.

    Agora, me deu até vontade de comprar uma bicicleta nova, afinal, também quero estas visões...hahahaha

    Parabéns pelo blog pessoal!

    Abraços
    Angelo Miguel

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  4. Excelente iniciativa amigo, vamos contribuir com o meio ambiente, conhecer novas pessoas e se proteger das quedas né hehehe, ótimo post, grande abraço!!!

    Nosso site:
    www.cliquesexshop.com.br

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