Esse post podia ser iniciado de
diversas maneiras, sinceramente não sei por onde e como começar. Só sei que caí
da bicicleta, estava em alta velocidade. Uma queda por um motivo justo (injusto
para o Fabrício), fetichista, egocêntrico... não sei avaliar! Cai porque fui
imprudente em descer a Avenida Sumaré em alta velocidade e não estava olhando
pra frente, como deve ser feito ao menos pelas pessoas normais.
Domingo de primavera. Dia
ensolarado, café da manhã com amigos na Frutaria, presença do Kiko (que por
pura frescura de Pato Molhado na Caverna não quis pedalar com a gente). Mais
amigos chegando, piadas, risadas, encontros, reencontros, apresentação dos
novos amigos, montaria na bike e pernas pra trabalhar – o destino era o Centro
Cultural Banco do Brasil e região do centro velho de São Paulo.
Tudo perfeito, ninguém se perdeu
e chegamos a mais uma parada para um farto café no sempre aconchegante
Girondino. Teste de subida. Subimos a Vergueiro até a Avenida Paulista e como
tudo que sobe tem que descer. Após a despedida dos bikers o Fabrício, Vanderlei
e eu pedalamos em direção a Lapa, onde iríamos a um evento.
O dia continuava ensolarado. No
canteiro central da Avenida Sumaré muitas pessoas fazendo seus exercícios
dominicais, dentre esses muitos “garotos” corriam solitariamente com seus fones
de ouvido, queimando calorias e bronzeando seus corpos torneados. Uaw!!!
Mais forte do que eu, meus
fetiches pesaram sobre a bicicleta que ganhou velocidade e mais velocidade e
mais velocidade. Quanto menor a quantidade de roupa dos gostosos transeuntes,
maior era a quantidade de suor pelo corpo, maior era a velocidade da minha
bike; mais vezes eu buzinava e mais cego pelos meus fetiches – insistia em não
olhar para frente.
Não preciso aumentar a velocidade
do meu texto para que imaginem o que aconteceu. Diretamente proporcional aos
meus pensamentos libidinosos era a velocidade e também a distância para onde
fui arremessado quando bati a roda da frente na guia. Todas aquelas imagens de
homens grandes e torneados que ocupavam minha cabeça, transformaram-se em um
grande vôo. Tudo que sobe tem que descer. Antes de chegar ao solo, a primeira
coisa que desceu foi a primeira coisa que subiu quando vi aquela galera suada.
Eh! Isso mesmo! Quem nunca levou um susto, deu aquela travadinha, como um coito
interrompido e se diz “FODEU!”.
Infelizmente as leis da física
são incontestáveis. Tudo que estava tão rápido e tão grande, assim continuou
pela lei da inércia. Uma grande queda, grande deslizamento pelo cimento da
calçada – mas eu não deslizava sozinho, minha bike sobre mim vinha junto. O que
eu mais queria no início da descida era de fato algo pesado sobre mim, mas não
uma bike durante o deslizar pela calçada. Grama. Finalmente meu corpo conseguiu
diminuir a velocidade ao encontrar a grama. Deliciosa grama. Deliciosa porque
não só a grama, mas terra e pedras fizeram parte do meu petisco, que sempre
antecede o almoço de domingo.
Alguém já viu uma ervilha ralada?
Meu capacete! Ufah!!! Alguma coisa em mim não ficou gravemente ralada, minha
cabeça, meu rosto (não por inteiro, pois quando se come grama em alta
velocidade sempre se rala o queixo).
Já de pé, com muita gente gentil
parada para ajudar só ouvi o comentário “... você queria voar mesmo, bom que
conseguiu. Foda foi a queda, né?!”... A primeira coisa que fiz foi devolver as
pedras que estavam na minha boca, depois olhei para os lados para ver qual dos
tesudos ia parar pra perguntar se eu precisava de algo, mas logo lembrei que
meu namorado estava do meu lado, seria ainda mais imprudente fazer uma coisa
dessas. Certamente eu poderia voar novamente num curto espaço de tempo.
Limpei o que era possível, não
insisti muito porque não sabíamos o que era sangue, terra, grama, bike, roupa e
tudo mais o que encontrei pelo caminho. Tive a boa sorte de estar acompanhado
pelo Fabrício e o Vanderlei, esse quase vem junto comigo, porém mais escolado
conseguia ficar com um olho no peixe e outro na pista.
Nem tudo acaba como planejado,
cada corpo torneado que passei quando ainda estava sobre a bike, passou pelo
aglomerado de pessoas que se formou em torno do da bike, nenhum deles foi capaz
de parar, perguntar algo. Nada! Nenhuma manifestação. Ai que ódio do Jorge Aun,
ele cai, não se machuca e ainda ganha boca a boca...
Para não ser tão injusto, um deles
perguntou se eu estava pagando promessa. Não pude responder a altura. Ciente de
que nenhum dos objetos de desejo estaria comigo naquele momento, comecei a
sentir as dores de um dedo deslocado. Na verdade a dor de todo esse corpo
redondo que insisti em fazer voar pelos devaneios eróticos numa manhã de
domingo.
Que fique a lição, nunca é demais
usar capacete, ter bom senso e olhar para os homens bonitos. Teste os freios e
vá devagar, quem tem pressa come grama. Fetiches e desejos são sempre bons e
saudáveis; pare e aprecie cada qual em seu devido lugar, tudo em cima de uma
bike “não dá!”.
Recupero-me em algumas semanas e
volto a pedalar, quem sabe consigo convencer meu namorado de que foi só uma
distração e nada mais.
Carinhoso abraço.
Cesar, daqui a pouco vc está pronto para outra, tenho certeza. Homem de kilt é sexy.....
ResponderExcluirEstarei pronto para os fetiches, para queda não!....hahaha!!!
ExcluirEstará*
ResponderExcluirEste comentário foi removido por um administrador do blog.
ResponderExcluirHahahaha eu adorei o post!
ResponderExcluirTexto super engraçado e muito gostoso de ler.
Agora, me deu até vontade de comprar uma bicicleta nova, afinal, também quero estas visões...hahahaha
Parabéns pelo blog pessoal!
Abraços
Angelo Miguel
Valewwww.....
ExcluirExcelente iniciativa amigo, vamos contribuir com o meio ambiente, conhecer novas pessoas e se proteger das quedas né hehehe, ótimo post, grande abraço!!!
ResponderExcluirNosso site:
www.cliquesexshop.com.br
Muito boa a iniciativa, parabens!
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